segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Vazio

O vazio do azul que se estende até se perder de vista
A solidão que nos avassala, fria e dura
O dia que morre assim como morre mais um dia, de vida

A beleza da solidão, do momento, beleza dorida
de um oceano sem fim que se estende para além da vida
deixando para trás amores e paixões, sentimentos que se estendem
desgastados pela erosão do vento e do sal
temperados pelo tempo, pelo calor de uma recordação

Deserto azul imenso e insano
alteroso de sentimentos, terrível na sua fúria
calmo e doce na sua mansidão
causando tanta dor como temor
dando-nos paz
de tanto olhar sua beleza infinita
que se estende até se perder de vista

by: Jimmy the Sailor, 28 de Outubro de 2012

sábado, 17 de março de 2012

A carantonha...


Deitado, ás escuras tentava dormir quando a minha cabeça começou a "dar choques eléctricos". ou seja, comecei com a sensação de descargas eléctricas que se tivesse som seria uma espécie de "bzzzz.....bzzzz! Uma sensação um bocado desagradável mas a que já me habituei. Abri os olhos para olhar para a escuridão e lá estava ela a olhar para mim, a carantonha. Uma carantonha que flutuava á minha frente, esbranquiçada e com um esgar feio. Esfreguei os olhos e aquilo não se foi embora, fiquei com a ideia que fosse uma imagem fantasma com forma de esgar que ficam remanescentes de algo que impressionou os olhos. Mas não, a porcaria da carantonha flutuava e, ora se ria ora ficava de boca aberta. Os besouros na cabeça continuavam....
Esperei para ver o que dava e o que iria acontecer mais, mas népias a porcaria da presença apenas estava ali. A hipótese de estar meio adormecido foi posta de parte, eu estava bem desperto, estava a analisar a situação com muita frieza pois não tinha nem um pico de adrenalina e tinha consciência de estar consciente, o besouro é que me incomodava mais, o fantasma seria a minha companhia nessa noite.
De repente um dos meus gatos mexeu-se, outro fez bulha, algo mudou em mim e deixei de ouvir o besouro e a carantonha fez-me um manguito e foi-se embora. O tempo passou e acabei por adormecer.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Não confundas a Europa com Portugal


Li um post da minha amiga Lucinda Reizinho e fiz um comentário. Resolvi partilhar esse comentário aqui na comunidade:

"Lucinda


Não confundas a Europa com Portugal. Este país desgraçado aqui á beira-mar plantado tem sido drenado ao longo dos séculos, drenado de toda a sua força vital. Ultimamente são os jovens que vão encontrar trabalho lá fora, antes foram "As Descobertas", a emigração para as A
lemanhas, Venezuelas, a fuga á Guerra Colonial que com toda a sua incongruência era mais justa do que a merda que se instalou.

A Europa la vai andando, levantando a cabeça e continuando, veja-se o caso da Alemanha, destruída 2 vezes e agora uma potência, a Inglaterra que se ajoelha e de pé se põe outra vez, a França que nunca perdeu a sua grandiosidade, etc etc etc.

Temos que aprender com a natureza a resolver os nossos problemas. Um corpo quando tem um tumor ou extrai-o ou morre com ele, não faz festas com água de cravos nem merdices semelhantes. O país antes do 25 de Abril estava doente, em vez de ir á sala de operações foi-se curar nas mãos de curandeiros e vigaristas, o país está a morrer, física e moralmente.

Enquanto que a Europa aprendeu com a história, embora um pouco tarde, com as invasões dos bárbaros. Pois agora a Europa sofre uma nova invasão dos bárbaros e reage, começa a tomar medidas. Nós, os Chico Espertos vendemos-nos aos bárbaros, vendemos-nos ás baratas. Elas já começaram a entrar, a corroer-nos, a destruir o pouco que os porcos nos deixaram....

Lucinda, se eu um dia tirar uma foto ao nosso país dar-lhe-ei o nome "O País das Oportunidades Perdidas". É o que o povo português tem mais feito nestes últimos séculos, perder as grandes oportunidades de vida que D.Afonso Henriques, O Infante D. Henrique e outros nos legaram....

Beijo grande

Jimmy the Sailor aka Jimmy the Hyena aka Jimmy o Acrobata Louco aka Jimmy"

A dor (II)



A dor emergente, surda
sangue quente que corrói
entranhas destruídas pelo fogo
a dor que me acaricia
coração desfeito
a morte anunciada
desejada
e não procurada
a dor latente
na doença que destrói
castelos no ar
sonhos
desejos
beijos perdidos
salgados
de lágrimas, de sangue
de mar
que corre nas veias
azul
de um oceano infinito
turbulento
espuma branca das ondas
sobe afogando a alma
de dor, de paixão, de loucura
doença mortal que invade
olhos tristes, fechados
suspiro
e viro uma página

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Só e solitário....

Estou só, solitário
na vida e na dor
minha companheira lá ao longe
chora sua dor, sua paixão
fechada na sua concha
só e solitário grito as minhas feridas
abertas e purulentas do tempo
chagas podres, cobertas de vermes
atormentando minha alma
que chora por sossego
abutres que esvoaçam, rondando, sentindo
o cheiro da morte, próxima
choro a angustia de uma mágoa
de uma perda perdida no tempo
só e solitário grito
no silencio da escuridão
de uma noite de fantasmas
habitando esta alma
só e solitária

Rosa do Deserto


Nuvens enovelam-se negras
espírito maldito que existes
nos incêndios de fogo negro
nas feridas abertas pelas chamas
o choro de uma criança encolhida
abrigada da tempestade vermelha
sangue que sobe aos céus na forma de chama
criança que chora lágrimas amargas
de dor
flor árida no deserto
cresce imortal
veneno mortal que queima
uma mente enlouquecida em fogo
de criança só
abandonada
triste
chora a perda de tal rosa
do deserto, de pedra
fria e árida
amarga
cansada a criança deita-se
olhando o azul da tristeza


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um país de merda



Um país de merda
rastejante de gente pequena
obscura e mesquinha
outrora grande num mundo pequeno
espalhando a sua semente
a sua força
restando os fracos e os ratos
ruminando os restos, os ossos
de esqueletos e corpos de antigas guerras
restando antigas glórias, bolorentas
falsos profetas e falsos deuses
religiões pagãs como se alguma houvesse
divisões e intolerâncias os ratos pelejam
país de baratas onde o sangue é verde
bolorento e pútrido
vermelho de dor, da cor de uma falsa flor
país sem rumo, ao sabor dos ventos
morre moribundo
pedante no seu autismo
encolhido no seu canto uma pequena chama treme
morrendo sem forças
golpe fatal no furúnculo de uma nação
extirpando o cancro
renovando o sangue
morrendo tal ideia, farto de lutar
por um país de merda

10 de Fevereiro de 2012

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Sentado


Sentado, de olhos cerrados
revejo
minha vida de tormentas e calmarias
tempestades que tal como Catrineta
percorro sem rumo nem destino
sonho com mares azuis e quentes
de olhos cerrados sinto o frio
do destino, da incerteza
o vazio, o nada
o cinzento de uma lua estéril
que me fascina pelo seu brilho
que ilumina a minha noite
e me conduz á minha perdição
sentado abro os olhos
oiço a canção
frémitos de dor
moral, corrosiva
percorrendo minha alma
lágrimas de desalento
amargas
brotam de um soluço
sentado estou vivo
mais um dia, mais uma vida
que se escoa
inutilmente

28 de Janeiro de 2012

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Coma


A luz filtrando pelas janelas
ilumina meu rosto adormecido
rictos de dor mascaram minha cara
olhos ardentes se abrem
ofuscados pela luz
que ilumina meu espírito
anos de sono se diluem
na dor
no conhecimento
a vida que perdi
o amor que morreu.
Desperto finalmente
embrutecido
e só quero voltar a dormir
voltar a sonhar
e morrer
sorrindo

28 de Janeiro de 2012

Olhos tristes....


Um sorriso triste me olha
escondendo a dor
o abandono
uma tristeza ensombra
rosto sereno
me olha
olhar perdido
de quem sofre
por quem ama
uma lágrima escorre
toldando tal sorriso
que desvanece
num olhar
que se perde
fundo
nos seus sentimentos

28 de Janeiro de 2012

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Num piscar de olhos


num piscar de olhos
um dia que morre
a noite que me cobre
fria e acolhedora
um sorriso de dedos gélidos
aperta minha alma
num piscar de olhos
tudo se desvanece
a morte e o sonho
resta a solidão
resto eu
e um dia que apenas morre

Ela


Eu e aquela que nunca me abandona
Aquela que sorri para mim
Acaricia-me quando choro
Ampara-me quando caio
Companheira fiel
Que serás minha
Eternamente