quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Deambulações

Meu filho ofereceu-me um quadro que ele fez. Um gajo com cara de rato, muito cinzento e com um fundo bem negro. O que me preocupa é que ele ofereceu-me o quadro porque, segundo diz a progenitora, dizia muito comigo... porquê?? O rato ou a escuridão? Não sei, tenho de lhe perguntar…

E estou a comer chocolate com nozes, por várias razões, uma porque dizem que é um bom sucedâneo para o sexo, coisa que não tenho tido neste último mês, tem que se fazer tripulações mistas a bem da sanidade mental dos trabalhadores marítimos e para desgraça de muitos casamentos, ahahaha. Dois porque o jantar foi uma desgraça, já tenho o colesterol um bocado elevado e dispenso totalmente o que seriam umas belas postas de pescada cozidas mas que foram transformadas em autênticas esponjas de óleo, não comi e como a sopa tinha sido queimada porque o sujeito que se diz cozinheiro estava um bocado, … é tão feio dizer isto, estou cheio de vergonha…, estava um bocado entornado a sopa foi para o galheiro também… Três porque sou um grande guloso de chocolate.

Estamos parados em Setúbal, fundeados. Um aparte, fundeados significa que pusemos a âncora, estamos ancorados. Faço este aparte porque li no Expresso umas notícias e comentários sobre o petroleiro ao largo de Sines, o New Vision que me deixou com a impressão que se sabe muito pouco de navios. E como ia dizendo estamos fundeados em Setúbal á espera de fazer uma abastecimento amanhã. Agora, de noite, além de escrever as minhas memórias neste blogue que ninguém vem cá ler vou ao mesmo tempo desenhando uma nova página, um sítio da internet, chamado de “Jimmy the Sailor Photography”. Eh pá, que se lixe o facto de ser em Inglês, quero que seja internacional, quero que toda a gente possa ver e ler o pouco que vai lá estar escrito, eu que em português já sou um escritor tão marado imagine-se em inglês… ahahaha mas, já tenho visto bostas maiores na Net, o que me importa é que as minhas fotografias sejam vistas pelo pessoal do mundo e não só pelos do cantinho á beira-mar plantado. A não ser que o Sócrates me dê um subsídio para eu pôr em português para promover a revolução tecnológica….

E por falar em revolução tecnológica, era suposto que a juventude de hoje fosse mais escorreita nestas coisas de computadores, Net e coisas afins. Ou eu ando muito desencontrado ou estou enganado pois eu é que tenho ensinado e devia ser ao contrário. Eu sei que existem uns pólos bastante interessantes de pessoas altamente qualificadas nestas coisas de computadores mas começo a aperceber-me que são minoria. A revolução tecnológica é por o pessoal a saber destas coisas, o pessoal anónimo e não só uma elite. Distribuir computadores para que os alunos façam processamento de texto ou umas apresentações de Power Point não é fomentar o desenvolvimento. Para mim é pôr as criancinhas a resolver os velhos problemas de torneiras fazendo pequenas aplicações em VisualBasic (passo a publicidade) para que elas possam despertar para um género de raciocínio que se chama de programação. Eu aprendi a programar sozinho e hoje estou a fazer uma aplicação e a aprender a linguagem ao mesmo tempo, faço-o “just for fun”, mas como ia dizendo aprendi a programar há já bastante tempo e quando saí do mar foi das maiores ajudas que tive no mundo do trabalho em terra pois tinha disciplinado o meu raciocínio para uma forma estruturada e isso devo-o á programação.

Estou envergonhado, só agora reparei que escrevi a frase “quando saí do mar”…. estou todo corado de vergonha. Sim (com voz sumida), saí do mar e trabalhei em terra uns 14 anos, quis estar perto da família e coisas assim. Estive numa empresa de construção civil, na manutenção, numa fábrica de automóveis, na manutenção, numa empresa de vibrações, não mentes distorcidas a empresa não fabrica vibradores, faz análise de vibrações dos equipamentos, uma das formas de diagnóstico dos equipamentos, estive numa empresa de consultoria na área da manutenção, fiz uma saída para uma ilha das Caraíbas para trabalhar na manutenção de um terminal de crude, na área da manutenção e depois… chateei-me e voltei para o mar. Eu gosto de navios, não é á toa que sou o Jimmy the Sailor. Só me chateia um bocado determinadas carências que a vida do mar nos proporciona. A solidão é opressora mas também é libertadora. Como diz a minha mulher, tenho uma relação amor/ódio com o mar.

E estou fundeado em Setúbal. Gosto desta cidade embora já lá não vá há muito tempo, boas recordações….

Hoje estava a ver as notícias quando sou surpreendido pela notícia da morte da Benazir Bhutto, fiquei triste, tinha-me habituado a seguir a trajectória dela naquele país cuja religião e hábitos escravizam a mulher. Tinha 55 anos, mais dois do que eu, e eu considerava-a uma mulher bonita. Tinha a beleza de uma mulher e a beleza da coragem. Só a morte a parou. Espero que agora descanse e paz e que esteja no mesmo céu onde o seu assassino está desesperadamente á procura das tais virgens que lhe foram prometidas. Procurando debaixo de cada pedra com ar desesperado e sempre que levanta os olhos está Benazir a olhar para ele com um sorriso de desprezo, ela na morte rodeada pela sua vida e glória e o assassino apenas rodeado pela sua miséria. Até onde chega a estupidez humana… Fiquei mesmo triste com esta notícia…

Vou ficar por aqui, vou comer mais um pedaço de chocolate, fiquei ansioso . . . . .

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

O MEU NATAL

Vai ser assim o meu Natal...
Na companhia destas gralhas faladoras que nos presenteiam o convés com inúmeras marcas brancas.


Aproveito para desejar que o vosso seja na companhia de vossa família e das vossas pessoas queridas.
Um grande abraço a todos os meus camaradas do mar, especialmente aos que vão passar a Consoada comigo, longe das suas famílias.
Abraço
Jimmy the Sailor

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Estou na dúvida...

tenho dois blogues, este mais recente e outro no Sol...
eu gosto do Sol mas é um bocado restrito não está muito aberto á comunidade internacional e assim um leitor externo não pode comentar.
eu quero ser lido e comentado por toda a gente...
acho que vou manter os dois mas um há-de ficar um bocado para trás... paciência..
vou escrevendo coisas e vou, se calhar, deixar-me de me preocupar com a forma da escrita. eu gosto de escrever ao correr do teclado (antes dizia-se ao correr da pena) e tenho pouca pachorra para correcções e como sou um bocado dislexico muitas letras ficam trocadas, mas nem sempre... eu tenho um certo respeito pelo leitor.
já não tenho dúvidas, vou ficar com os dois blogues. no sol existe uams pessoas simpáticas que de vez em quando dão uma espreita ás minhas baboseiras e não quero abandoná-las. especialmente uma que gosta das fotos que publico.
...................................................................................................
eu gosto de escrever, é uma boa forma de me expandir, de atirar cá para fora muita coisa, é ver alguns comentáriso que faço no Expresso, agora não tenho muita paciencia para ataques pessoais, fico piurso (palavra engraçada que aprendi já não sei com quem que é a abreviatura de "pior que urso").... e por falar em urso, fez-me lembrar alguém ..... náááá quero ficar vivo....
......
estou embarcado numa autentica nau catrineta. antes de ontem estávamos para atracar em Sines mas a vaga era tão grande que depois de três tentativas goradas, tanto o comandante como o piloto (da barra) desistiram e fomos para o ancoradouro. O mar estava tão mau que o piloto viu-se grego para salta para a lancha dos pilotos para que o levasse para terra. No ancoradouro, aonde ficámos até á uma da manhã do dia seguinte a nau catrineta abanava um bocadito, chegava a fazer 20º para cada bordo. Jimmy the Sailor, estoicamente, no camarote, ia escrevendo uma crónicas para o blogue do Sol e ao mesmo tempo armado em webmaster dava retoques nos sites que administra (o da Galeria Art'I Batik e o Arte de Mid ). Á uma da manhã atrcámos noutro cais mais abrigado do porto de Sines. Era ver outra vez a saga do piloto a entrara a bordo, admirei a coragem dele, aquilo estava mesmo bravo, a lanchita que o transportava fazia oscilações de 3 a 4 metros de amplitude. E lá atracámos .... até hoje á noite, altura em que mudámos para o tal cais onde tinhamos apanhado caetada de três em pipa.
Estamos a carregar para Lisboa de pois voltar e se calhar passaremos o Natal em .... não sei onde, espera-se que atracados nalgum cais miserável do porto de Sines mas como isto está sempre a alterar, planeamentos impecáveis em que se esquecem que isto para carregar tem de atracar e ligar mangueiras e que essas pequenas manobras duram horas ás vezes... como ia dizendo, vou passar o Natal , não sei aonde.... mas é melhor que antigamente, agora sempre tenho mail e telemóvel e quando a rede é boa falo através de Voip (tipo Skype).
Tenho que ir dormir pois daqui a um bocado estão-me a acordar para as manobras...
durma bem....

sábado, 8 de dezembro de 2007

Art' I Batik

E porquê Art'I Batik uma vez que é o atelier da minha mulher? Apenas porque tenho partido a cabeça a tentar levantar um projecto paralelo. Explico melhor...
Quando ela abre a galeria, sonho de uma vida, eu apenas posso dar-lhe todo o apoio material e suporte moral que posso. Só me posso autorizar apenas a umas intervenções e trabalhos de alguma dureza física (vulgo carregar que nem uma besta) e um ou outro trabalho de natureza técnica (vulgo ligações eléctricas). Fora isso não me posso aproximar pois começo a entrar em terreno minado. Se pensarmos bem, ela até tem razão, nós os homens temos a mania que elas são uns seres indefesos e que não sabem nada, pobres tolos que nós somos. Elas defendem-se bastante bem e é muito vulgar vermos muitas mulheres de sucesso á frente de pequenos e grandes negócios. Podia escrever sobres isto mas já estou a fugir ao assunto.
O meu projecto paralelo foi fazer uma página na internet para a galeria. Uma vez obtido a inicial autorização das donas da galeria, estava a ser injusto, a minha mulher abriu a galeria em parceria com uma ex-colega da área da decoração, fazem um par muito engraçado... Adiante, uma vez autorizado comecei a utilizar o site pessoal da "piquena" que já tinha sido feito por mim, Arte de Mid.
Comecei por ir á net sacar uns scripts pois ela gostava de ter no seu site um “guestbook”, vulgo livro de visitas, e, depois de procurar lá encontrei o site do Matt's Script Archive onde estão disponíveis uma série de scripts em Perl para os tais guestbook, formail e etc. Descarreguei o conjunto completo, eu gosto muito de ter sempre tudo, tenho sempre tudo e tenho pena de não ter mas espaço para tudo guardar. Como ia dizendo, descarreguei o scrip e comecei a titânica tarefa de o pôr em funcionamento, primeiro as configurações, tive apenas de ultrapassar umas pequenas dificuldades devido a pouco conhecimento destas coisas de servidores e domínios e etc.. Uma vez o script s funcionar, é preciso não esquecer que para eu o testar tinha de o pôr on-line e pô-lo a correr pois não tenho nenhum servidor de Perl para testar. Quando já respondia para aquilo para que foi construído começou a titânica tarefa de o modificar de modo a que o seu layout se integrasse no site. Foi difícil mas consegui.
Já tinha um guestbook a funcionar, agora faltava começar faltar um shopping on-line para poder vender os objectos da galeria, pelo menos ter a possibilidade de … Comecei por fazer tabelas em HTML mas era uma trabalheira inglória, pois para mudar uma coisa tinha que editar muito código. Começou então a pesquisa na Net, outra vez, de algo que me pudesse ajudar a fazer um shopping on-line.
Depois de muito pesquisar, existem muitas soluções mas são pagantes, lá encontrei uma solução em que a versão light é grátis do Shop Script e que não tardei em descarregá-la.
Começaram os problemas, desta vez os scripts eram em PHP e que se eu não sabia nada de PERL então de PH muito menos. Li as instruções, nem pareço um português, li as instruções para saber como aquilo se instalava. O package estava até bem feito, vinha com um installer automático, só que no meu caso não funcionou, penso que por pixotice minha. Acabei por instalá-lo manualmente. Já me esquecia de dizer que este script trabalha com base de dados MySQL para o qual eu tive que perguntar ao meu provider se dava suporte de MySQL, por acaso até dava e lá me configurou a base de dados. Instalei aquilo no site e experimentei-o. Funcionava.

Entretanto a galeria abriu e eu começo a gerir o site e logo começo a ver que Arte de Mid e Art'I Batik estavam a misturar-se de uma maneira pouco própria. A questão foi posta ao concelho de administração da Art’I Batik que decidiu separar as águas.
Assim nasceu o site Art'I Batik.
Comecei então a desenhar o site de maneira diferente utilizando um editor de HTML que me recuso a nomear e fiz uma página que até era agradável de navegar mas uma dor de cabeça para um webmaster actualizar. Comecei então a fazer actualização do código.
Das primeiras coisas a acabar era com o lixo que o guestbook estava a produzir diariamente. Existem na Net uns gajos muito simpáticos que têm uns produtos pouco recomendáveis á venda e então utilizam os guestbook existentes para fazerem entradas de propaganda desses produtos, inserem links. Tive que perceber como é que eles atacavam os scripts e então fazer as devidas alterações. Comecei com o que para mim foi o mais óbvio, como eles descobrem os scripts? Pelo nome, eles procuram ficheiros com o nome de guestbook, addfeedback, feedback, etc. limitei-me a mudar os nomes dos ficheiros para nomes portugueses, só que para isso tive que editar todo o script em PERL e fazer todas as alterações manualmente. Agora está a trabalhar satisfatoriamente.
Depois, como comecei a usar frames na página quis integrar o shopping na frame principal, para isso teria que lhe fazer um facelift ao layout. Mais código editado, desta vez em PHP e HTML e lá ficou mais ou menos.
Antes que me esqueça, eu cumpro o mínimo que os construtores dos scripts me pedem por utilizar os seus produtos, é pôr um link para a página deles e dar-lhes os respectivos créditos.
Começou a ser necessário fazer slideshows de produtos da loja e também da galeria do site Arte de Mid e para tal resolvi utilizar a tecnologia de Flash. Peguei no editor respectivo, da mesma família do editor de HTML, e tentei fazer umas gracinhas, mas já estava cansado, não saiu nada. Decidi então ir á Net outra vez sacar uns livros de Flash para aprender o que fiz por métodos pouco recomendáveis. Mas o tempo era escasso e decidi resolver o problema por outras vias. Fui á procura de aplicações que fizessem isso de uma forma fácil e se possível grátis. Depois de muito procurar descobri uma aplicação chamada Coffee Cup Flash Photo Gallery muito engraçada que distribuía uma demo que resolvi experimentar. Era muito fácil de trabalhar e fazia aquilo que eu queria. Estou tão envergonhado…. Comprei a aplicação…. (hiena toda corada de vergonha)… mas agora sou o orgulhoso dono de uma aplicação que me resolve alguns problemas e me ajuda imenso a publicar uma galeria de fotos ou quadros, de tudo o que seja imagem, muito facilmente. Utilizo no Art'I Batike no Arte de Mid e já estou a pensar em utilizar quando for remodelar o meu site de fotografia.

Mas na galeria apareceu outro problema, precisava de comunicar com o utente que queria pedir informações, precisava de um formmail e aquele que tinha do Matt’s Script não me satisfazia. Encontrei um em thesitewizard.com o qual tive que editar e modificá-lo de maneira a satisfazer a necessidade da página, especialmente na inclusão de novos campos no formulário. Está a trabalhar.
Nos entretanto ando numa guerra danada com o Google para ver se fico nos primeiros lugares nas pesquisas, execução de sitemaps, publicação no Google, uma série de pequenas coisas que podem fazer a diferença. Até acrescente um pequeno anúncio mas limitei o meu orçamento a 10 euros por mês, tem que ser, ainda não se facturou e eu não ando a nadar em dinheiro.
Mas precisava de saber quantas pessoas visitam o site e para isso precisava de um contador, eu já estou a entrar em demasiadas tecnologias para um simples amador e recorri mais uma vez a um serviço grátis, desta vez o escolhido foi o StatCounter e tenho estado satisfeito com o serviço, também me levou algum tempo a perceber as diferenças de configuração, devo estar a andar um bocado burro, deve ser da idade.
O site está a andar, já estou a pensar na versão 2 e agora entrei na guerra dos Feeds e também em pôr alguns Addsense do Google mas isso ainda irá ser outra história…
Estou orgulhoso do meu trabalho, suei as estopinhas mas estou contente.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Domingo de manhã...

Vou contar uma história que se passou comigo este Domingo último.
Como sabem, não tenho feito exercício nenhum desde que voltei para o mar. Neste Domingo fui com o meu amigo Carlos mergulhar, mas o mar estava uma porcaria. Voltei para casa e, ao arrumar o equipamento, dei com uma bicicleta que emprestaram ao meu filho. Enchi-me de coragem e fui pedalar. Saí da minha casa, no Monte Estoril e pedalei rua acima. Quando cheguei ao cimo da rua já chamava nomes a toda a gente mas decidi-me continuar e como a rua descia levemente só parei em Cascais. No centro da vila olhei em volta e disse para comigo: "Está um dia tão bonito porque não vais até ao Guincho???". E pus-me a pedalar, só que apanhei a subida da 25 de Abril até á Praça de Touros. Os impropérios que chamei a toda a gente devem ter acordado a vila pois aquilo deu cabo das minhas pernas e o rabo já começava a magoar-me pois a bicla tinha daqueles selins que se faz favor...
Quando já pedalando normalmente passava a zona da Guia ia pensando no enorme erro que estava a cometer mas a esperteza nunca foi o meu forte e a teimosia um certo defeito. Continuei teimosamente.... De repente á minha frente vejo uma garina toda jeitosa a andar, a fazer o seu jogging matinal e eu recomecei a pedalar com mais ânimo ao ritmo do bambolear do traseira da dita moçoila. Só que ela estava a andar e eu quase que não a apanhava tal era a força da minha pedalada... e foi quando ela decidiu entrar em passo de corrida e desapareceu no horizonte. Aí eu percebi que estava mesmo velho e acabado, ela em passo era mais rápida do que eu em bicicleta. E lá continuei pedalando furiosamente até ao Guincho.
Chegado finalmente ao meu destino nem quis olhar para nada, nem parei para respirar aquele ar matinal, puro e fresco. Dei meia volta á bicicleta e pus-me a pedalar de regresso a Cascais.
Só que a estrada Cascais - Guincho é uma descida muito ligeira, o sentido contrário transforma-se numa prova de montanha para um ciclista emérito como eu. Já não tinha fôlego nem forças para chamar nomes ás pessoas que passavam. Cruzei-me com mais uma data de moçoilas jeitosas correndo bamboleando os seus traseiros e nem isso eu já reparava. Olhava fixamente em frente e pedalava arfando, cada inspiração de ar fresco já queimava os meus pulmões rebentados de tanto trabalhar, eu estava cansado.
De repente, em sentido contrário, passa por mim em alta velocidade o meu amigo Carlos que depois de me ter deixado em casa ainda regressou a Rana, equipou-se pegou na sua bicla toda XPTO e também foi pedalar como eu, só que a partir de Rana, uns bons quilómetros mais. Passou por mim velozmente e ainda gritou:" BOA JIMMY!!!!!". A minha resposta perdeu-se na leve brisa da manhã....
Já não pedalava sentado, as dores no meu real traseiro já eram imensas quando consegui chegar ao pé do Mexilhoeiro, uns míseros metros antes da Boca do Inferno. Parei para atravessar a rua e quase caí, não tinha forças nas pernas para suportar o meu próprio peso. Recomeçar a pedalar ia fazendo meter-me debaixo de um carro, o desespero começava a invadir-me. Parei num banquinho do miradouro do Mexilhoeiro e telefonei á minha mulher gritando desesperadamente para me ir buscar. Com este gesto sabia que ia ter um resto de Domingo infernal pois ela não iria parar de me gozar nos próximos 10 anos. Foi difícil arrancá-la de casa no Domingo de manhã.
Enquanto esperava decidi pedalar mais um pouquinho até á Boca do Inferno, sempre podia tomar um café para me fazer subir a tensão que começava a ameaçar ir-se a abaixo. E assim fiz.
Na tasca pedi o meu café e guloso não resisti a um rissol de camarão. Estava meio azedo.
Sentei-me na beira da estrada e esperei por ela. É isso que faz todo o marido a partir do dia do casamento, esperar por ela...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Que se passa com este país????

Sim ... o que se passa??
Vamos a ver então. Ao ouvir a s notícias da televisão, os jornais quase que não chegam ao navio aonde estou, ouvimos dizer que o 1º ministro britânico fala como o nosso Sócrates sobre a nossa polícia e o caso Maddie, puxão de orelhas? raspanete? beijinhos? não se sabe mas desconfia-se.
Depois ouvimos a notícia que a PJ já perdeu este ano 84 inspectores, meu queixo caiu, tínhamos assim tantos? e porque razão eles se foram embora? talvez para espanha porque se paga melhor ou talvez porque se chateie menos a polícia que quer fazer o seu trabalho.
Depois ouve-se o infantil do Procurador queixar-se que o seu telélé faz barulhinhos e que por isso são escutas e que essa coisa de se escutar está a ser um abuso. Acho que, na minha modesta opinião, o senhor Procurador devia ter mais tento na língua. Se queria aparecer na Tv acho que haveria outros tópicos mais interessante e com menos entropia para o país, aliás, se repararam na reportagem de uma das TVs em que o senhor aparecia com ar sério, mãos juntas, a andar com ar circunspecto de quem não está a ligar porque está a ser filmado, passando pelo repórter e indo em direcção a uma escadaria, não via uma cena mais bimba há já muito tempo, mostrava que não estava muito bem ensaiada cena de senhor muito sério que não está a achar piada por lhe fazerem barulhos no telemóvel. Passou-me agora uma ideia terrível, e se o senhor quer um telemóvel novo e não deixam comprar e está a fazer esta cena toda para lhe oferecerem um no Natal?? Voltemos ás cenas tristes.
Depois ouve-se que o inspector que investigava o caso Maddie afinal parece que tinha dado um arraial de porrada em alguém há já uns tempos e só agora se lembraram disso e por isso puseram-no num prateleira.
O que é que os senhores do estado português estão a tentar transmitir aos seus compatriotas? Que a malta toda se revolte e bata nos polícias todos porque são uns .... sei lá que epípetos vou utilizar... e que afinal o vigarista é que é um gajo porreiro, o pedófilo afinal foi uma vítima de maus tratos infantis por isso coitadinho, vender droga nas cadeias é que é aceitável, com os guardas a fornecer as seringas porque coitadinhos dos drogadinhos presos podem ficar doentes.
Isto começa a meter nojo... este país está a ficar estranho... ou castanho....

domingo, 21 de outubro de 2007

Texto em 2ª mão....

Sim, em 2ª mão porque foi um comentário que fiz no jornal Expresso sobre o concurso de fotografia organizado pelo jornal e o Olhares. Também concorri com uma fotografia que não foi seleccionada.

Eu próprio duvidava que a fotografia se enquadrasse bem no tema proposto.

As fotografias foram avaliadas e o júri escolheu 10 que foram publicadas no Jornal Expresso para que os pobres mortais votassem a melhor. Assim fiz. Só que, então decidi fazer um comentário depois de ver melhor as fotografias. E assim escreveu Jimmy the Sailor:

ESTOU TRISTE

Sim, porque votei mal... Vou explicar, embora tenha concorrido não esperava ganhar, o tema era Portugal e eu pus um nascer do sol no Tejo que realmente dizia pouco sobre o tema proposto mas não tinha melhor. Vi as 10 fotografias e votei num impulso naquela que mais achei piada/agradou, naquela altura não me tinha apercebido que clicando na foto grande ia dar á original no "Olhares", paciência. Estou triste porque depois de passar os olhos pelos jornais e notícias reparei que devia ter votado na fotografia cujo tema era a Feira da Ladra pois acho que ela é a que melhor representa Portugal... e agora não posso mudar o meu voto. Estou triste. Aproveito para cumprimentar os 10 finalistas.

...Humm!!! será que estou bem??


pois...

acho que me vou mudar para aqui, vou escrever as minhas gracinhas por estes lados, dar as minhas gargalhadas e chatear a pessoa... sim, porque a pessoa mal consiga ler isto vai-me moer o juízo. Mas é para isso que estou aqui, para moer o juízo a alguém...