terça-feira, 14 de junho de 2011

O poeta


De voz enrouquecida seus poemas cantava
Escrita miserável de factos fantasiados
Loucura de um poeta analfabeto
Lágrimas escorridas de dor pútrida
Dor do nada, escavada na rocha
Som das picaretas carpindo o chão
Terra dura e macilenta
Cobrindo os ossos de tal criatura
Infecta
Contaminando terrenos férteis
Regatos de água fresca e límpida
Mel escorrendo em folhas de palmeira
Doces sabores em frutos proibidos
Esmeraldas em forma de olhos em fogo
Hálito quente com sabor a néctar
Poeta imundo que corrói
A vida, a morte
O cinzento de uma existência
A tinta escorre
Num borrão
Que é uma vida
Um destino

Jimmy
Bordo, 13 de Junho de 2011

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Nobita escreveu: