segunda-feira, 25 de abril de 2011

Desventuras de um Lobo

Era uma vez um Lobo Mau que andava a caçar na floresta. Ia todo lampeiro da vida quando viu uma jovem que saltitava pelo carreiro fora toda contente cantarolando as alegrias da sua vida. A jovem falava com os veados, acariciava os coelhos e corria atrás das andorinhas tentando agarrar a Primavera. O Lobo Mau, assanhado, começou a persegui-la escondendo-se atrás das árvores de modo a chegar perto. Os olhos do Lobo faiscavam com a excitação da caça, as patas tremiam-lhe quase não contendo a ansiedade, antevendo o festim tão almejado. E assim foram andando e embrenhando-se cada vez mais na floresta, ela saltitando e cantarolando descuidadamente e ele sorrateiro seguindo-a até que chegaram ás margens de um enorme rio que corria borbulhando as suas águas límpidas. A jovem afogueada de tanta correria resolveu refrescar-se nas águas murmurantes que corriam frescas e sem pensar duas vezes tirou as roupas e exibindo a sua alva tez e penetrou nas água arrepiando-se totalmente com o contacto com a água fria.




A visão daquele corpo de mulher jovem todo eriçado devido á temperatura da água fez com que o Lobo ficasse sem pinga de sangue. O seu pequenino cérebro, mirrado pela fome e pelo desespero deixou de funcionar, paralisou num ideia única, caçar a presa. Bloqueado, resolveu que era a altura de avançar, o seu coração não aguentava mais, se não fosse agora arriscava-se a que não fosse nunca, tinha o espírito toldado, tinha a presa encurralada e preparou-se saltar sobre ela, a sua alma era uma espada flamejante...
Acordou de repente, estremunhado, com as ideias num turbilhão, desnorteado até se aperceber que tinha levado uma estalada.
- És parvo ou quê? Isso são maneiras de dormir na sala? Exclama a esposa furiosa perante o pouco dignificante espectáculo que se lhe deparava.

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Nobita escreveu: