sábado, 11 de dezembro de 2010

Vino Veritas

Antes estivesse bêbado
assim a morte seria menos dolorosa
morte de uma vida
que não serviu para nada

morte que cheira a podre
de anos a feder
porcaria imensa

escondida, arrumada
no canto do caixão

Mas bêbado continuo a acreditar
que um dia a morte
me abra a sua boca
para aquele beijo
beijo de morte
doce
falso

bafo de álcool
pestilento
bílis vomitada
amarela
como fogo
que consome minhas entranhas

continuo a sorrir
nem bêbado nem morto
sorriso alvar
daquele meu amigo
que voltou a espreitar
meu espírito inquieto
que volta a cair
num turbilhão de ondas
vagas salgadas
da minha paixão
inútil....

Jimmy, 12 de Dezembro 2010

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Nobita escreveu: