segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Rio Azul

Uma explosão de vazio
uma percepção de vazio
oco escuro e negro
dor profunda aperta meu peito

não choro, não lamento
apenas a dor lenta que regressa
negra e voraz, abrindo suas fauces
engolindo a minha alma sem pressa

já não reajo, já nada sinto
além da dor crua e fria
que gela meus olhos
lágrimas que teiman em não cair

Não existem, secas como a vida
Áridas de sentimentos e paixão
deserto de areia negra do vulcão
em que se tornou o meu coração

e olho, morto e sem vida
morto e sem alma
rio-me da vida que se escoa
que passa por mim gargalhando
deixando-me exangue, de olhar louco

suspiro e tudo falha
turbilhão de pensamentos o tempo que se escoa
a morte chega num compasso de piano
baila á minha volta uma valsa azul
de um rio que secou
já não choro
apenas
espero

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Nobita escreveu: