segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Foz

Águas revoltas e borbulhantes de vida
escoam alegremente leito abaixo
leito mil vezes corrido
aberto
arrancando pedaços de vida

fluxo de vida de encontro a escolhos
pedras negras de vida, vermelhas de morte
atravessam os caminhos
desse rio de águas revoltas e borbulhantes

pedras grandes e grãos de areia
misturam-se no rio, nas aguas pulsantes de vida
criando a vida, moldando a vida
dessas águas revoltas e borbulhantes

perdendo a força, perdendo o brilho
ficam as pedras tais obstáculos
negras nas margens
vermelhas no fundo
a areia a correr, escoando o resto da vida
depositando-se no fim
estrangulando tudo
energia perdida, morta, gasta, sem brilho
vida que antes era revolta e borbulhante
hoje um mar de lama
uma alma no mar
no oceano dos espíritos ignorantes
de pedras negras e pedras vermelhas
pedras de morte e vida
pequenos obstáculos
de uma vida.

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Nobita escreveu: