Refúgio de um animal acossado pelos seu próprio intelecto, que, pelo que parece, não deve ser muito elevado...
sexta-feira, 6 de maio de 2011
O Bêbado
Tez macilenta, barba por fazer
Olhos raiados de sangue
Levou o copo aos lábios
Vinho amargo e barato
Escorregou
Queimou o caminho
Ulcerando uma vida
Voltou a encher o copo
Vinho vermelho
De sangue
Fazendo renascer memórias
Vivas
Ardentes
De cheiros e sabores
Vinhos novos, acabados de abrir
Bebeu
Um trago amargo de fel
Que lhe embotou o cérebro
Maldito vinho falsificado
Com falsas promessas de Olimpo e Baco
Olhando para a rua
Olhos dardejando raios de sangue
Viu a noite
Amena
Cálida
Maldita a sede que me atormenta
E bebeu da garrafa
Tingindo o peito de vermelho
Deitado na mesa vomitava
Bílis tinta de vinho
Sabor amargo na boca
Pingos de miséria escorrendo
De uma boca descarnada
Urinando sangue
Defecando a vida
Olhou
A noite calma e maternal
Sorriu
O sorriso de um bêbado
Hálito pestilento
Escorrendo miasmas
A noite abraçou-o
Envolvendo-o no seu colo
Protegendo-o
Amando-o
Enfim…
Pembroke
5 de Maio de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nobita escreveu: