Uma presa tinha sido avistada, corro, coração ao saltos. Adrenalina invade o meu ser, arrebatando-me.
Chego ao pé de um gigante, árvore enorme no coração de África, árvore velha com a sabedoria dos tempos que no lato da sua majestade me olha, ser pequeno e insignificante que corre histericamente, arma aperrada, pronto a matar.
Num galho, lá em cima, um casal, seres peludos e vivos. Tinham cometido o crime capital. Estavam vivos.
Tremendo de ânsia, tremendo de javardice e animalidade aponto. O tempo tinha parado assim como o meu cérebro, a memória ficou. Disparo-
Uma, duas vezes, o mesmo estrondo, o mesmo coice. e o vazio entrou.
Dois corpos caiem das alturas, mortos, inertes.
Aproximo-me das minhas vítimas, das minhas vitórias.
Hoje uma das minhas maiores derrotas
Dois seres, cinzentos de pelo baço, vazios de vida, desinteressantes, ali mortos. Para nada.
Abandonei a cena levando comigo uma memória que me persegue, que me castiga, que me envergonha.
Dois seres mortos, cinzentos e baços, vazios de vida onde antes havia, apenas, alegria de viver.
Refúgio de um animal acossado pelos seu próprio intelecto, que, pelo que parece, não deve ser muito elevado...
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Hoje eu estou...
morto sem saber
a morte atroz que me afoga
num soluço
num desespero
triste
Hoje eu estou
vivo
e não sei
não sinto.
Hoje eu estou
louco
pensamentos de revolta
negros
turbulentos.
Eu hoje estou
insano
estupidez que me assola
tesão de mulheres doidas
desejo de ardores mortos
loucura insana
sorrisos
cheiros
sabores
amores antigos
memorias velhas
sonho
morro
acordo
sorriso cansado
tristeza no ar
morreu
acabou
um sorriso, uma piada
amores novos, situações velhas
ardores mortos, sangue gasto
inerte e vermelho, coagulado
sorriso cansado da desilusão
estou morto ou a morrer.
Recuso fazer parte
desta vida, desta morte
quero morrer e viver uma morte.
copo ardente, álcool em brasa
cérebro morto, desejo moribundo
escrevo a miséria
de um vida que se acaba
em pus, purulenta,
brilho que se esmorece
estrela num noite de névoa
negra
lua que se enche
grávida de brilho, de vida
árida e cinzenta
de prata
que escorre na noite,
soluço um suspiro
e adormeço.
a morte atroz que me afoga
num soluço
num desespero
triste
Hoje eu estou
vivo
e não sei
não sinto.
Hoje eu estou
louco
pensamentos de revolta
negros
turbulentos.
Eu hoje estou
insano
estupidez que me assola
tesão de mulheres doidas
desejo de ardores mortos
loucura insana
sorrisos
cheiros
sabores
amores antigos
memorias velhas
sonho
morro
acordo
sorriso cansado
tristeza no ar
morreu
acabou
um sorriso, uma piada
amores novos, situações velhas
ardores mortos, sangue gasto
inerte e vermelho, coagulado
sorriso cansado da desilusão
estou morto ou a morrer.
Recuso fazer parte
desta vida, desta morte
quero morrer e viver uma morte.
copo ardente, álcool em brasa
cérebro morto, desejo moribundo
escrevo a miséria
de um vida que se acaba
em pus, purulenta,
brilho que se esmorece
estrela num noite de névoa
negra
lua que se enche
grávida de brilho, de vida
árida e cinzenta
de prata
que escorre na noite,
soluço um suspiro
e adormeço.
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