Antes estivesse bêbado
assim a morte seria menos dolorosa
morte de uma vida
que não serviu para nada
morte que cheira a podre
de anos a feder
porcaria imensa
escondida, arrumada
no canto do caixão
Mas bêbado continuo a acreditar
que um dia a morte
me abra a sua boca
para aquele beijo
beijo de morte
doce
falso
bafo de álcool
pestilento
bílis vomitada
amarela
como fogo
que consome minhas entranhas
continuo a sorrir
nem bêbado nem morto
sorriso alvar
daquele meu amigo
que voltou a espreitar
meu espírito inquieto
que volta a cair
num turbilhão de ondas
vagas salgadas
da minha paixão
inútil....
Jimmy, 12 de Dezembro 2010
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Nobita escreveu: