As nuvens enovelam-se, cor de chumbo
Ar frio e agreste cortava
Caminhava na vereda de pedra solta
Coração aos saltos querendo sair
Golfadas de ar arfando nuvens de vapor
Sonhos desfeitos
De passos lentos indiferente á chuva
Que caía, morrinha e gélida
Escorrendo faces lívidas abaixo
Arrastando pedras de sal
Sonhos traídos
Coração palpitando, chorando
Lágrimas de sangue correndo espessas
Afogando soluços
Caminhava sonhando vidas perdidas
O som dos passos esmagando o cascalho
Ecoava na tarde chuvosa recordando
Doces momentos, doces sabores
Transformados agora em fel
Sonhos mortos
Rosa morta e seca jazendo empoeirada
Nalguma jazida esquecida
Atirada para os recantos de uma memória
Que não sonha nem pranta
Sonhos enterrados
Devorados por viscosos vermes
Retorcendo-se num bacanal sofrego
Fazendo em nada
Os sonhos de uma vida
Jimmy, 2 de Março de 2010
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Nobita escreveu: