Uma presa tinha sido avistada, corro, coração ao saltos. Adrenalina invade o meu ser, arrebatando-me.
Chego ao pé de um gigante, árvore enorme no coração de África, árvore velha com a sabedoria dos tempos que no lato da sua majestade me olha, ser pequeno e insignificante que corre histericamente, arma aperrada, pronto a matar.
Num galho, lá em cima, um casal, seres peludos e vivos. Tinham cometido o crime capital. Estavam vivos.
Tremendo de ânsia, tremendo de javardice e animalidade aponto. O tempo tinha parado assim como o meu cérebro, a memória ficou. Disparo-
Uma, duas vezes, o mesmo estrondo, o mesmo coice. e o vazio entrou.
Dois corpos caiem das alturas, mortos, inertes.
Aproximo-me das minhas vítimas, das minhas vitórias.
Hoje uma das minhas maiores derrotas
Dois seres, cinzentos de pelo baço, vazios de vida, desinteressantes, ali mortos. Para nada.
Abandonei a cena levando comigo uma memória que me persegue, que me castiga, que me envergonha.
Dois seres mortos, cinzentos e baços, vazios de vida onde antes havia, apenas, alegria de viver.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nobita escreveu: