Refúgio de um animal acossado pelos seu próprio intelecto, que, pelo que parece, não deve ser muito elevado...
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Solidão...
Sentado á beira-mar olho o sol a pôr-se assim como a minha vida se esgota, devagar e em cores de fogo caindo numa escuridão brutal.
Minha vida corre fluída e cada vez mais rápida no meios de sinapses loucas do meu pensamento. A tristeza invade-me e ganha volume, só vejo a escuridão dos dias.
Suspiro... estou cansado, estou louco... quero dormir.
A dor surda dá o seu sinal ao qual lhe respondo com um sorriso cor de cinza. Ela vem doce e persistente, instala-se e fica.
Olho o sol que não passa agora de um ponto de fogo no horizonte fazendo-me lembrar a agulha de dor que se me espeta no coração, dor de uma vida de enganos e ilusões, batalhas perdidas e vitórias pírricas de uma guerra perdida de antemão.
Inspiro fortemente o ar que me queima os pulmões, cheios de restos de uma vida de cheiros e aromas que me invadem o cérebro fazendo-me soluçar uma saudade negra, dor infernal que me aperta ainda mais um coração que já palpita os últimos segundos.
Boca arrepanhada num rictus de uma dor que não existe e é profunda, o ar a começar a faltar, o arfar de quem vai morrer.
O horizonte é já uma linha negra dividindo o negrume de um oceano de vida á escuridão de um céu sem estrelas apenas pejado de corpos mortos.
Balbucio um sorriso o ar cada vez mais escasso, morro e suspiro. Suspiros de um alívio que me queima a consciência.
Fecho os olhos e adormeço. Sono sem sonhos, de nada para o nada...
.....
- Mãe! Aquele homem está a dormir no murinho, pode cair ao mar...! Não é mãe??
- É sim filha! Existem pessoas que não têm lugar algum para viver.....
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Nobita escreveu: