Sentado, ombros caídos
Sinto a vida a escoar lentamente
Areia por entre os meus dedos
Fecho a mão e ela corre
Inevitável para o mar
Que me chama com aquele sorriso
Aquele esgar
Que tanto conheço
Respiro fundo
Falta-me o ar
O coração bate á cadência de um louco
E vou morrendo
Devagar
Com um sorriso triste
Estou cansado
Luto
Sobrevivo
O sorriso mantém-se
Chama-me
Estou esgotado
Quero fugir
Quero esconder-me
Quero chorar
E já nem lágrimas tenho
Estou extenuado
Exangue
E vou morrendo devagar
Fecho os olhos
O tempo passa
E um segundo passou
A eternidade passou
E a vida continua
A dor continua
O grito que não sai
O grito de dor
De ânsia
De loucura
De uma explosão que tarda
O grito
Fecho os olhos
Loucas imagens rodopiam
Pedaços de vida
Pedaços de sonhos
Falta-me o ar
Só, escuto
Gritos de alegria
De outros
Atingem-me, destroem-me
Sofro e grito
Grito de desespero
Grito de uma vida que se esvai
Ao som de um relógio
Fecho os olhos
Suspiro
Dói-me tanto
Lágrimas de desespero
Correm secas
Olhos loucos
De alguém que apenas quis
Uma vida
28 de Setembro de 2008
Algures ao largo do Vietname a bordo de um navio com nome de mulher, Britta Theresa
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Nobita escreveu: